A situação crítica do descarte de resíduos sólidos em Aparecida de Goiânia chegou a um ponto alarmante e, agora, coloca o prefeito Vilmar Mariano (União Brasil) sob o risco de enfrentar um processo por crime ambiental. A cidade, que acumula um histórico de irregularidades na gestão dos resíduos, esgotou sua capacidade de destinação adequada, e os locais de descarte, que deveriam ser aterros sanitários, operam sem licenciamento ambiental e são, na prática, lixões maquiados.
Segundo dados
recentes, Aparecida de Goiânia gera cerca de 180.000 toneladas de resíduos por
ano, mas o sistema de descarte não atende a normas ambientais. As áreas
destinadas aos resíduos são locais improvisados que não possuem infraestrutura
adequada para a contenção e tratamento de chorume – líquido resultante da
decomposição do lixo, altamente poluente para o solo e os lençóis freáticos –
nem a captação de biogás, contribuindo para a liberação descontrolada de gases
de efeito estufa.
Falta de Licenciamento e Condições de Operação
O pedido de
ampliação do aterro municipal foi recentemente indeferido pela Secretaria de
Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (SEMAD), que apontou ausência de
licença ambiental e condições mínimas de segurança para continuidade das
operações. Essa decisão impede a expansão das áreas de destinação de resíduos e
evidencia um problema latente: o município opera há anos sem regulamentação
ambiental, em descumprimento das diretrizes da Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS).
A SEMAD já havia
alertado para a precariedade das condições operacionais dos "aterros"
de Aparecida, e órgãos de fiscalização ambiental classificam esses locais como
lixões mascarados, onde a destinação final dos resíduos não segue qualquer tipo
de rigor técnico. A irregularidade nas operações representa um risco tanto para
o meio ambiente quanto para a saúde pública, expondo a população local à
contaminação por substâncias tóxicas presentes no chorume e aos efeitos
adversos da poluição atmosférica pelo gás metano.
Denúncias e o Risco de Improbidade
O cenário
desenhado coloca o prefeito Vilmar Mariano na mira do Ministério Público de
Goiás (MPGO), que pode abrir uma investigação por improbidade administrativa e
crime ambiental. A gestão inadequada dos resíduos e a continuidade das operações
em locais clandestinos configuram uma violação da legislação ambiental. Em um
momento em que seu mandato se aproxima do fim, as denúncias e o possível
processo legal por crime ambiental poderiam deixar um legado de
irresponsabilidade e descaso com a sustentabilidade.
Impactos para a População e o Meio Ambiente
O problema de
descarte inadequado de resíduos em Aparecida de Goiânia tem impactos diretos e
graves. Sem tratamento de chorume, que escoa para o solo e os cursos d'água, a
cidade enfrenta contaminação de lençóis freáticos e rios que abastecem a
região. Além disso, a emissão de gases como o metano agrava a poluição
atmosférica e contribui para o aquecimento global, tornando-se um fator
relevante no contexto das mudanças climáticas.
A poluição não
afeta apenas o meio ambiente, mas representa um risco para a saúde pública. O
descarte inadequado e a presença de lixões ampliam a proliferação de doenças,
com maior incidência de problemas respiratórios e infecções, além de atrair
vetores de doenças como mosquitos e roedores.
Promessas não cumpridas e o futuro incerto
Durante seu
mandato, o prefeito Vilmar Mariano fez promessas de melhorar a gestão dos
resíduos sólidos e implantar um sistema sustentável de descarte, mas as ações
realizadas até agora se mostram insuficientes e ineficazes. A população de
Aparecida de Goiânia, que sofre com a ausência de infraestrutura para descarte
adequado de lixo, exige uma solução definitiva e sustentável, que não só
respeite o meio ambiente, mas também garanta saúde e qualidade de vida para
todos.
Com as pressões
ambientais e legais se intensificando, a possibilidade de um processo de
improbidade contra Vilmar Mariano se torna uma realidade, podendo influenciar
diretamente a sua imagem e legado político.