Projeto de conectar escolas da Amazônia com Musk nunca saiu do papel, diz Anatel

O presidente Jair Bolsonaro, o empresário Elon Musk e o ministro Fábio Faria durante encontro em São Paulo — Foto: Reprodução / Redes Sociais

Parceria entre governo Bolsonaro e Musk para beneficiar escolas na Amazônia foi apenas um sonho


A parceria anunciada em 2022 entre o governo Bolsonaro e o empresário Elon Musk para instalar satélites de monitoramento na Amazônia e conectar escolas rurais da região não foi concretizada. De acordo com Carlos Baigorri, presidente da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em entrevista ao jornal The New York Times, ele realmente não acredita que o plano de conectar as escolas sequer existisse.

A iniciativa foi acertada em maio de 2022, durante um encontro em um hotel no interior de São Paulo, envolvendo a empresa Starlink, de Musk. No entanto, não foram apresentados contratos, valores ou detalhes sobre a viabilização da parceria na época.

O jornal americano detalha a proximidade de Musk com líderes da extrema direita, como Bolsonaro, alegando que o bilionário usou suas empresas para apoiar esses políticos, expandindo seus negócios em contrapartida. No caso do Brasil, o NYT cita que, em 2021, o então ministro das Comunicações, Fabio Faria, enviou uma carta a Musk, dizendo que a Starlink e o Brasil poderiam se tornar "grandes parceiros".

O presidente Jair Bolsonaro e o bilionário Elon Musk durante encontro em São Paulo. — Foto: Reprodução Twitter

Após visitar Musk nos EUA, Faria pressionou as agências reguladoras a aprovarem a empresa de satélites no país. Em janeiro de 2022, a Anatel deu aval para a Starlink operar satélites de órbita baixa no Brasil, e Musk afirmou que o projeto levaria internet a 19 mil escolas desconectadas.

No entanto, autoridades brasileiras disseram ao NYT não ter registro da Starlink ter conectado qualquer escola na Amazônia ou conduzido o monitoramento ambiental prometido. O jornal ressalta que tanto Bolsonaro quanto Musk se beneficiaram da publicidade do caso, com o ex-presidente promovendo a imagem de "defensor da Amazônia" antes das eleições de 2022.

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