Palestra e debate marcam o lançamento do livro de Paulo Leme Filho em Goiás

No mês de combate às drogas e o alcoolismo o autor reuniu leitores para falar sobre a relação entre dependência química e religiosidade

Cerca de 65 pessoas prestigiaram o lançamento do livro O Bonequinho, de Paulo Leme Filho, em Uruaçu, Goiás. Foi no dia 8 de fevereiro o primeiro evento do ano do autor que milita pela causa da prevenção ao alcoolismo e drogas.

Abstêmio há 27 anos, ele já escreveu cinco livros sobre dependência e as diversas formas terapêuticas. O mais recente aborda a visão espírita sobre o problema.

E foi no Centro Espírita Paz, Amor e Caridade da cidade goiana que ele reuniu leitores e profissionais da área de saúde falar da sua história a fim de promover o entendimento sobre a doença. Vale ressaltar que dia 20 de fevereiro é o Dia Nacional de Combate ao Alcoolismo e Drogas.

Paulo Leme Filho, dia de autógrafos em Goiás
 Paulo Leme Filho em dias de autógrafos e entrevistas em Uruaçu - GO. (Foto) Divulgação)



Roda de conversa e autógrafos

Paulo Leme Filho compartilhou insights e dados recentes presentes em sua obra, que aborda a intrincada relação entre o sofrimento mental dos jovens e os vícios contemporâneos, entre eles a dependência digital e a falta de maturidade desta parcela da população para se defender dos desafios de um a vida cercada de imagens e vídeos onde todos são felizes, ricos e bem sucedidos. Nesse ambiente de “felicidade tóxica” de redes sociais o jovem também encontra a glamurização do álcool.

“A publicidade do álcool mistura sensualidade, liberdade e alegria. É olhar para as propagandas em que uma eterna juventude namora, festeja e, dando graças aos céus, comemora aquelas poucas horas de libertação dos dias anteriores do trabalho em horário comercial, feito por obrigação. Todos queremos ser assim — e é quase consequência necessária do viver que experimentemos bebidas alcoólicas”.

A consequência é a experimentação de substâncias que alteram a consciência cada vez mais cedo. No Brasil, os jovens experimentem bebidas alcoólicas a partir dos 12 anos. Na pandemia o abuso de álcool cresceu entre todas as faixas etárias e com ele também as internações e mortes relacionadas ao álcool. “Mas eu chamo atenção para um dado em especial: o de suicídios entre os jovens que vem crescendo muito acima da média”, alerta Paulo Leme Filho.

“De 2016 para 2021, a taxa de mortalidade por cem mil pessoas relacionada a essa causa aumentou 45% na faixa de 10 a 14 anos e 49,3% na de 15 a 19 anos, contra 17,8% na população em geral”, relata ele. Usando os dados das pesquisas mais recentes do Ministério da Saúde Paulo Leme Filho chama atenção para a importância de ações de prevenção para combater o abuso de álcool no Brasil.

Paulo Leme Filho, dia de autógrafos em Goiás.
Dia de autógrafos com o autor de 'O Bonequinho', Paulo Leme Filho. (Foto) Divulgação)


Sua abordagem profunda e sensível sobre o tema despertou a atenção e a reflexão de todos os presentes. “O espiritismo tem coisas a dizer em relação à dependência química, mas não só com relação à dependência química. Por meio desta doutrina a gente entende que Deus não quer que você seja espírita, não está preocupado se você é evangélico, se você é muçulmano ou se você é católico. Deus está preocupado em saber se você é uma pessoa boa. Isso é o que importa e essa deve ser a nossa busca", reflete o Paulo Leme Filho.

Sobre o autor

Paulo Leme Filho, 52 anos, é advogado (USP), com MBA em Gestão da Saúde (FGV-SP). Escreveu o primeiro livro com o pai, Paulo de Abreu Leme, em 2015. “A Doença do Alcoolismo” é um relato corajoso de dependentes conseguiram se recuperar, e decidiram dar sua contribuição para ampliar o debate e chamar a atenção para os perigos desta doença silenciosa, sorrateira, da qual nenhuma família pode se considerar imune. Ao livro seguiu-se outra iniciativa: o Movimento Vale a Pena, voltado para a orientação das famílias e que estimula a busca pela recuperação. “O Bonequinho” é o quinto livro de Leme Filho, o advogado que superou o vício, quebrou o preconceito e rompeu o silêncio para se tornar um ativista de causas sociais. 

 

 

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