Fieg promove seminário para discutir emprego das mulheres na construção e traça estratégias para maior inclusão feminina na indústria - Foto: FIEG / Divulgação |
Entidade destaca a importância da participação feminina na construção e propõe ações para impulsionar a presença das mulheres no mercado de trabalho
Foi com a casa cheia que a Federação das Indústrias do Estado de Goiás (Fieg) promoveu quarta-feira (31/01) o seminário Mulheres na Cadeia Produtiva da Construção. O evento, organizado pela Câmara da Indústria da Construção (CIC), liderada pelo empresário Sarkis Curi, reuniu parlamentares, secretários municipais e lideranças empresariais e do terceiro setor.
O debate contou com apresentação da deputada federal Rogéria Santos (Republicanos-BA) e presença do vice-presidente da Fieg Emílio Bittar. Também participaram a deputada estadual Vivian Naves (Progressista); as secretárias municipais de Goiânia Maria Yvelônia Barbosa (Desenvolvimento Humano e Social) e Kátia Hyodo (Políticas para as Mulheres); o novo presidente do Sinduscon-GO, Hidebrair de Freitas; e o procurador-chefe do Ministério Público do Trabalho (MPT), Alpiniano Lopes.
"A presença feminina na construção não apenas enriquece a diversidade do setor, mas também traz uma perspectiva única, inovadora e de crescimento. A habilidade, determinação e competência das mulheres na construção são inegáveis, mostrando que não existem barreiras intransponíveis quando se trata de alcançar o sucesso profissional", afirmou Bittar na abertura do evento.
Dados de estudo conduzido pelo Observatório Fieg, com execução do IEL Goiás, mostram que a presença feminina ainda é tímida nos canteiros de obras. "Temos um estigma que precisa ser quebrado, de que a construção é suja, pesada e ruim para trabalhar. Atualmente, a presença da mulher na indústria da construção é concentrada na área administrativa. Precisamos criar oportunidades para que avancem também aos canteiros de obras", argumentou Sandra Márcia Silva, gerente de Desenvolvimento Empresarial do IEL, que coordenou a pesquisa.
Marias na Construção
Nesse sentido, a deputada Rogéria Santos apresentou o projeto Marias na Construção. O programa de aperfeiçoamento e qualificação profissional, desenhado pelo Senai-BA e institucionalizado pela Prefeitura de Salvador, qualificou mais de 800 mulheres em dois anos, alcançando nove bairros da capital baiana. No total, foram ofertados cinco cursos – pedreira polivalente, eletricista predial, marceneira, encanadora instaladora e pintora de obras – de forma gratuita e exclusivamente voltados ao público feminino.
"Precisamos pisar no acelerador quando se trata de políticas públicas voltadas às mulheres. Falar da mulher na construção civil é mais que falar sobre empregabilidade. Trata-se de inclusão e autonomia financeira. O setor precisa de mão de obra e as mulheres estão sedentas para trabalhar", defendeu a parlamentar federal.
Para ela, é fundamental sair da 'zona de conforto' e abrir espaços para que as mulheres possam entrar no mercado de trabalho, com um plano que também permita desenvolver inovação, tecnologia e modernizar o setor. "Atualmente, o social e a sustentabilidade são princípios que norteiam a governança das empresas. A inclusão da mulher está nessa esteira. Não é só qualificar, mas incluí-la de fato no mercado de trabalho, criando oportunidades para que possa trabalhar."
Nessa perspectiva, a coordenadora de Segurança do Trabalho da GPL Incorporadora, Danielle Alves, falou sobre as iniciativas da construtora que incentivam participação feminina. "Buscamos humanizar nossos ambientes e canteiros de obras para que ali as pessoas se sintam bem, para que sejam um espaço respeitoso com homens e mulheres."
De olho nas oportunidades identificadas no debate, o presidente da CIC, Sarkis Curi, propôs a criação de plano com série de ações para promoção da presença da mulher na indústria da construção. Dentre os eixos elencados, estão qualificação profissional de mulheres vítimas de violência, letramento de diversidade e inclusão no setor, equidade salarial e reinserção da mulher no canteiro de obras e área administrativa no pós-licença maternidade.
"Queremos o protagonismo da mulher também na construção civil. Nosso propósito com essa discussão é criar ações que façam com que essa proposta saia do campo de debate para ações práticas que impulsionem essa participação", sustentou Sarkis.
O seminário Mulheres na Cadeia Produtiva da Construção contou ainda com apresentação da líder Regional e de Expansão da XP Investimentos, Larissa Lobo, que falou sobre o crescimento da presença feminina no mercado de capitais. O evento foi prestigiado pelo presidente do Sindicalce, Elvis Roberson, e pelos presidentes de Conselhos Temáticos da Fieg de Micro e Pequena Empresa, Jaime Canedo, e de Relações do Trabalho e Inclusão, Lorena Blanco.
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