Brasil Mais Produtivo promove transformação digital na indústria, diz José Maurício Caldeira

Novo programa do governo federal investe R$ 2 bilhões para digitalizar micro, pequenas e médias empresas, com impacto positivo na cadeia produtiva do setor

José Maurício Caldeira - Indústria
José Maurício Caldeira, sócio conselheiro da Asperbras Brasil

Depois de um longo período discutindo a desindustrialização do Brasil e o que fazer para reverter esse quadro, o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), conseguiu articular um programa de grande envergadura para mudar esse panorama.

Sob o comando do vice-presidente e ministro Geraldo Alckmin, começa a tomar forma o novo programa Brasil Mais Produtivo, com foco nas micro, pequenas e médias empresas indústrias e também no setor de serviços. Trata-se de uma nova edição de uma iniciativa que começou em 2016, mas que agora conta com mais parceiros e orçamento de R$ 2,037 bilhões, quase quatro vezes maior que o inicial.

O programa busca promover um salto tecnológico por meio do engajamento digital de 200 mil indústrias, com atendimento direto a 93,1 mil empresas nos próximos três anos. Para fortalecer ainda mais a iniciativa, o MDIC articulou e trouxe para dentro do programa as instituições financiadoras Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Finep e Embrapii, que agora se somam às parcerias já consolidadas com a Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI), Sebrae e SENAI – esses dois últimos como executores e com aporte de recursos próprios.

“Trata-se do maior e mais impactante programa de produtividade e transformação tecnológica para micro, pequenas e médias empresas industriais já implantado no Brasil, conectado com a política de neoindustrialização inovadora, sustentável e indutora do desenvolvimento social”, afirmou Alckmin. “Com isso, ganhamos em competitividade e geramos emprego e renda de alto valor agregado – tanto na indústria como nos serviços”.

As empresas atendidas vão entrar numa Jornada de Transformação Digital que passa por aperfeiçoamento da força de trabalho, requalificação, melhores práticas de gestão, digitalização, otimização de processos produtivos e aumento de eficiência energética, culminando com crédito a juros baixos ou recursos não-reembolsáveis para adoção de tecnologias ligadas à indústria 4.0 e às smart factories, ou fábricas inteligentes.

Para o empresário José Maurício Caldeira, sócio e conselheiro da Asperbras Brasil, que atua em diversos segmentos da indústria, agronegócio e serviços, a iniciativa do MDIC é louvável e pode mudar o panorama industrial brasileiro.

“É preciso lembrar que as micro, pequenas e médias empresas representam 81% do total das empresas e são responsáveis por 39% dos empregos formais no país, o que justifica a importância de estimular a produtividade, a eficiência energética e a transformação digital nesse segmento”, diz José Maurício Caldeira. Além disso, pontua o empresário, as menores são fornecedoras das grandes empresas, de forma que um programa como este impacta positivamente toda a cadeia produtiva do setor.

Caldeira ressalta que grupos do porte da Asperbras já investem em inovação tecnológica, como é o caso da GreenPlac, subsidiária da Asperbras Brasil que produz painéis de MDF com moderna tecnologia de baixo impacto ambiental.

Já companhias como o laticínio Bonolat e as indústrias Asperbras Rotomoldagem e Asperbras Tubos e Conexões, diz Caldeira, têm uma longa relação com pequenos produtores, sejam eles fornecedores de insumos, como o leite, ou clientes de produtos para a agropecuária, voltados ao bem-estar do gado leiteiro e de corte.

“Iniciativas como o Brasil Mais Produtivo produzem uma sinergia maior entre empresas de todos os portes no sentido de buscar melhoria de produtos e processos, com o uso da tecnologia e respeito ao meio ambiente”, salienta José Maurício Caldeira.

 

AS MODALIDADES DO PROGRAMA

O novo Brasil Mais Produtivo terá quatro modalidades de atendimento até 2027, a saber:

Plataforma de produtividade

·       Até 200 mil micro, pequenas e médias empresas terão acesso a cursos, materiais e ferramentas sobre produtividade e transformação digital.

Diagnóstico e melhoria de gestão

·       Até 50 mil micro e pequenas empresas receberão orientação e acompanhamento contínuo de Agentes Locais de Inovação e outros instrumentos do Sebrae para aumento da produtividade, além de projetos setoriais do Sebrae que também serão oferecidos.

Otimização de processos industriais – consultoria mais educação profissional

·       Até 30 mil micro e pequenas empresas serão atendidas por consultoria em Lean Manufacturing ou Eficiência Energética e aperfeiçoamento profissional do SENAI.

·       Até 3 mil médias indústrias serão atendidas por consultoria em Lean Manufacturing ou Eficiência Energética e aperfeiçoamento profissional do SENAI.

Transformação Digital

·       360 empresas apoiadas com desenvolvimento de tecnologias 4.0.

·       8,4 mil MPMEs serão beneficiadas com soluções desenvolvidas por empresas provedoras de tecnologias 4.0, via chamadas Smart Factory, além da possibilidade de contratação de pós-graduação em Smart Factory do SENAI com desconto.

·       Até 1,2 mil médias empresas serão contempladas com um plano completo de transformação digital, da elaboração do projeto de investimento ao acompanhamento.

 

UMA POLÍTICA INDUSTRIAL PARA O BRASIL

A modernização tecnológica das pequenas e médias empresas faz parte da Nova Política Industrial Brasileira, que está em construção no Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial (CNDI) e é guiada pelo conceito de missões.

São seis as missões definidas pelo CNDI. Entre elas, a que mais se alinha ao novo Brasil Mais Produtivo é a Missão 4, que busca “aumentar a produtividade da indústria brasileira por meio da incorporação de tecnologias digitais, especialmente as desenvolvidas e produzidas no país”. 

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