Oriana Gaio (*)
O dia 8 de março é reconhecido como o Dia Internacional das Mulheres. Essa data foi declarada pelas Nações Unidas a partir de 1975 para homenagear e promover o direito das mulheres. No entanto, muito antes, mulheres de diversas partes do mundo já protestavam e entravam em greve por melhores salários e péssimas condições de trabalho.
Em 1908, 15 mil mulheres marcharam pela cidade de Nova York (EUA) para exigir seus direitos. Em 18 de agosto de 1920, a 19ª Emenda foi reconhecida e apenas as mulheres brancas receberam o direito de votar nos EUA. Em 1960, ocorreu a aprovação da Lei do Direito ao Voto, permitindo a todas o direito de votar.
Atualmente, a data é lembrada por crianças e homens presenteando com flores, chocolates ou cartões as suas mães, esposas, irmãs ou outras mulheres que conhecem. Essas ações, muitas vezes, repetem-se nas empresas, como, por exemplo, o envio de um cartão virtual, reforçando a importância do trabalho feminino, ou a mensagem de um gestor parabenizando pelo dia.
Mas o cerne do Dia Internacional da Mulher está nos direitos das mulheres. E o que as empresas têm feito efetivamente para garantir esses direitos no ambiente corporativo?
De acordo com o relatório Global Gender Gap Report do Fórum Econômico Mundial de 2020, apenas 8,4% das mulheres estão no conselho de administração das empresas no Brasil. Em cargos políticos, as mulheres representam apenas 18% dos membros do parlamento.
Segundo o relatório, que avalia o progresso de 153 países com relação a índices de igualdade de gênero, as diferenças de gênero só serão eliminadas em 59 anos na América Latina e no Caribe. Especificamente sobre o Brasil, o país tem uma das maiores disparidades de gênero da região, ocupando o 22º lugar entre 25 países. Isso se dá pela baixa taxa de participação feminina na força de trabalho, associada à permanência das desigualdades salariais e de renda.
Sobre a paridade salarial entre gêneros, caso permaneça o ritmo de progresso que vimos até hoje, a estimativa é que seja alcançada em 2277, ou seja, em 255 anos.
É possível notar que ainda temos muito que caminhar para acabar com as disparidades de gênero. Precisamos de mudanças substanciais nas estruturas e políticas institucionais para que esse processo seja acelerado. Para tal, as empresas devem adotar ações para aumentar a participação feminina na força de trabalho de forma ampla, aumentar o número de mulheres em cargos de liderança e gestão, eliminar as lacunas no salário e remuneração.
Só após o comprometimento global de líderes dos setores público e privado, trabalhando em normas e atitudes para tais ações, é que poderemos vislumbrar a igualdade entre os gêneros no ambiente corporativo. Até lá, continuamos celebrando o Dia Internacional das Mulheres todos os anos na esperança de criar uma sociedade totalmente igualitária.
*Oriana Gaio é Mestre em Educação e Novas tecnologias, Especialista em Planejamento e Gestão de Negócios, com MBA em Liderança, e Coordenadora dos Cursos de Pós-Graduação em Recursos Humanos do Centro Universitário Internacional UNINTER
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