ADRA espera atender pelo menos 6 mil pessoas na resposta inicial à emergência
Muitas vítimas continuam desaparecidas uma semana depois do terremoto de magnitude 7,2 na escala Ricther que devastou o sudoeste do Haiti. A catástrofe deixou mais de 2.200 mortos e 12.000 feridos.
Pai de seis filhos, o agricultor Dumont Avenor reside na comunidade de Camp-Perrin, no Haiti. No momento do terremoto ele trabalhava do lado de fora de casa, quando ouviu um som muito forte. "Pensei que era chuva, mas não. Minha esposa havia saído com dois de meus filhos. Quando as crianças ouviram o barulho, eu lhes disse que era um terramoto e que precisavam se juntar a mim no pátio", relembra, atônito.
Dumont ainda conta que, de repente, a casa começou a tremer. "Eu fiz as crianças se deitarem no chão. Quando as coisas acalmaram, elas começaram a gritar e a perguntar pela mãe. Falei para ficarem calmas e que iria buscá-la. Quando encontrei minha esposa, ela começou a perguntar pelos nossos filhos, desesperada. Respondi que todas estavam bem. Assim, ficamos todos juntos no pátio", narra.
O haitiano lembra do cenário assombroso que viveu. No caminho de volta para casa, encontrava pessoas e as colocava em uma quadra esportiva. "Estou ajudando nas buscas dos desaparecidos, mas muitas pessoas morreram, pessoas que conhecíamos. Isso nos abalou muito", lamenta.
Segundo Avenor, muitas pessoas estão desoladas, sem saber o que fazer devido à falta de recursos e não sabem por onde começar para se reerguer. "Precisamos de ajuda, de apoio das pessoas para recomeçarmos nossas atividades. Somos pobres, faltam materiais. Não temos recursos suficientes para reconstruir nossas casas da maneira recomendada", diz o haitiano.
A comunidade onde reside o pai de família é formada por pessoas em situação de vulnerabilidade social. Sem muitos recursos, cada um ajuda da forma que pode. "Somos deixados sozinhos, perguntando-nos o que vamos fazer para seguirmos com nossas vidas", declara Avenor.
O homem apela por ajuda e diz que sem ela, mais pessoas morrerão pela falta de assistência. "Não tenho quaisquer recursos. Ficamos sem nada nas mãos. Não há nada no terreno, não há vacas nem cabras, não há nada", conta, aflito.
Pai de seis filhos, o agricultor Dumont Avenor reside na comunidade de Camp-Perrin, no Haiti.
Ajuda Organizada
As autoridades locais informaram que 500 mil haitianos estão em situação de extrema vulnerabilidade e precisam de ajuda.
Após estruturar a resposta em conjunto com outras entidades do setor humanitário presentes no Haiti, a Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (ADRA) Internacional definiu a resposta inicial a ser executada: atender 6 mil pessoas, com tendas, lonas, kits de abrigo, comida e água em St'Louis du Sud, Les Cayes e em Camp-Perrin.
Para lograr seu objetivo, a agência está liderando uma mobilização mundial para angariar recursos que vão atender estas pessoas afetadas. No Brasil, a campanha #JuntosPeloHaiti começou no dia 16 de agosto e já arrecadou o valor suficiente para ajudar 600 pessoas no país.
"Após conversar com a ADRA no Haiti, o nosso escritório tomou conhecimento do custo dos suprimentos básicos que os nossos colegas irão fornecer às pessoas afetas. Hoje, ajudar um irmão haitiano a ter água, alimentos e kits de higiene durante o período de um mês, custa 100 reais. Este foi o apelo da campanha lançada em nosso país e os doadores responderam prontamente", pontua Fábio Salles, Diretor da agência no Brasil.
"Intensificamos nossa atenção em todos os escritórios da América do Sul para ajudar a população do Haiti, que agora enfrenta novamente uma situação difícil de descrever. 5 de nossos 8 escritórios em nosso continente abriram campanhas de doação para auxiliar diretamente na catástrofe, levando não apenas recursos, mas a esperança de que quando as pessoas se unem, histórias podem ser reconstruídas", afirma Eric Leichner, coordenador de emergências da entidade para oito países sul-americanos.
ADRA no Haiti
Presente na ilha há mais de 30 anos, a ADRA trabalha em parceria com o Hospital Adventista do Haiti (HIH), situado em Diquini, há cerca de 120 quilômetros do epicentro. O hospital tem recebido pessoas que necessitam de intervenções ortopédicas e pacientes enviados por outras instituições de saúde. Com o terremoto, muitos hospitais suspenderam seus atendimentos, enquanto outros não conseguem suprir a alta demanda.
Você pode ajudar!
Para apoiar o trabalho da ADRA no atendimento à população do país, faça sua doação via Pix: juntospelohaiti@adra.org.br ou por depósito em conta:
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