Dia do Hospital (2/7): linha de frente do combate à pandemia vai das UTIs até a recepção

 

Ao olhar o "invisível", os hospitais são repletos de muitos outros colaboradores
Créditos: Divulgação

Motoristas, seguranças, copeiras e outros profissionais dos bastidores fazem a diferença no atendimento de pacientes

Os hospitais foram parar no centro das atenções na pandemia. UTIs que presenciaram histórias de luta, laboratórios que abrigaram pesquisas inéditas, corredores que acompanharam altas emocionantes. Porém, mais do que nunca, a pandemia deixou claro que esses são espaços feitos de gente para cuidar de gente. E, além de médicos, enfermeiros, fisioterapeutas, ao olhar o "invisível", o ambiente é repleto de muitos outros colaboradores e equipes de trabalho que contribuem para transformar a assistência aos pacientes. 

Eli Otavio Nunes Filho é supervisor de segurança nos hospitais Marcelino Champagnat e Universitário Cajuru, em Curitiba (PR). Para ele, a sensação de segurança que o seu trabalho traz é fundamental para que o serviço médico ocorra sem preocupações. Com a pandemia, Eli conta que sentiu que a importância do papel que ocupa ficou ainda mais evidente. “Acho que as áreas que estão por trás se tornaram ainda mais essenciais na pandemia. Com os processos sendo aprimorados, o vigilante, a manutenção, a higienização e outros profissionais precisam garantir que aquele ambiente esteja adequado. Houve uma valorização na pandemia, por ser um serviço essencial e fazermos parte dessa linha de frente”, ressalta. 

Motorista, jardineiro, técnico de laboratório, manutenção, lavanderia. A importância de cada um se mostrou mais presente para que a "engrenagem" do hospital funcione. A limpeza do ambiente, tão necessária na pandemia, é reflexo de uma equipe de higiene qualificada; a alimentação e recuperação de peso do paciente exige a atenção diária de uma equipe da copa acompanhada de nutricionistas, dentre tantos outros serviços essenciais. 

Lilian Terezinha Vieira dos Santos é copeira nos hospitais e prepara as refeições com muito carinho, pois sabe bem do potencial da comida em confortar em situações difíceis. “Não temos contato com pacientes com Covid-19, mas sabemos que toda refeição que trazemos eles comem e isso nos deixa felizes. Com os pacientes que temos contato, a gente deixa a bandeja e quer saber como o paciente está, se está melhorando, se está comendo a comida e, claro, se gostou do que preparamos”, conta. “Os profissionais que atuam nos bastidores fazem grande diferença porque nos dão condições de prestar um atendimento de excelência. A humanização com os pacientes é fundamental, mas a humanização com quem trabalha aqui também”, diz José Octávio Leme, diretor do Hospital Marcelino Champagnat. 

Pesquisa e formação

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o hospital é uma espécie de organizador que contempla o lado médico e social e que garante assistência médica tanto curativa como preventiva para a população. No caso dos hospitais universitários, que representam 2,8% no país, são ainda responsáveis pela formação e especialização dos novos profissionais de saúde e são locais de ampla pesquisa e desenvolvimento do estudo médico. “Durante a pandemia, é importante ressaltarmos o papel do hospital universitário para a sociedade, sua contribuição. Toda equipe de atendimento, apoio, manutenção nos ajudam nesse momento mais difícil da área da saúde. A gente não teria conseguido manter o nosso nível de serviço, o nosso carinho e o nosso cuidado com os pacientes se não fosse esse apoio que é essencial”, comenta o diretor do Hospital Universitário Cajuru, Juliano Gasparetto.

Historicamente, em momentos de epidemias ou pandemias, é enfatizado ainda mais a importância dos hospitais. Hoje, são inúmeros os desafios diários de manter o atendimento e trabalho em um cenário de tensão e alta carga emocional. “As pessoas que mantêm essa operação funcionando, todos que trabalham nessas posições são heróis de verdade”, comenta o diretor de serviços corporativos do Grupo Marista, responsável pelos dois hospitais, Alexandre de Olim Cardoso. O segurança Eli sente que a pandemia trouxe empatia. “Independente da sua função, seja médico, enfermeiro, segurança, você tem valor, você é importante”, finaliza.

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