Fortes emoções podem desencadear síndrome semelhante ao infarto

  

                                                                                                Foto Burak Kostak

Fortes emoções podem desencadear síndrome semelhante ao infarto


A “síndrome do coração partido” é mais comum em mulheres e está mais frequente na pandemia

Uma forte dor no peito, um sentimento de esmagamento, de que o coração vai explodir. Estas são algumas das sensações que podem ser confundidas com um infarto. A síndrome do coração partido é considerada uma doença que tem como principal causa o estresse e é desencadeada por sentimentos fortes, como uma notícia de morte ou, alguns casos, felicidade.


“Um estresse emocional forte é a principal causa. Há alguns anos, durante uma copa do mundo, um jovem teve traumatismo raquimedular ao comemorar a vitória do Brasil. A mãe vivenciou toda a angústia de conseguir o leito para o melhor tratamento dele. No dia que ela conseguiu, teve um quadro de Síndrome do Coração Partido”, explica a cardiologista e diretora do Hospital Águas Claras, Núbia Welerson Vieira.


Também conhecida como a cardiomiopatia do estresse ou cardiomiopatia de takotsubo, a característica clínica consiste em uma disfunção transitória do coração, no ventrículo esquerdo, que acontece por conta da circulação excessiva de adrenalina na corrente sanguínea. Segundo a cardiologista, a maioria dos pacientes com a síndrome são mulheres, por volta dos 40 anos de idade.


A médica conta que, durante a pandemia do novo coronavírus, a síndrome se tornou recorrente em seu consultório. “Neste período, muitas pessoas passaram por estresse financeiros, perdas, parentes internados e, apesar de toda a humanização que tentamos fazer neste período, esse distanciamento, essa falta de calor humano fizeram com que muita gente ficasse em casa angustiado, sem poder fazer nada”, explica.


Os principais sintomas são: dificuldade em respirar, aperto no peito ou na região do estômago entre outros. Não existe prevenção para a doença, mas a cardiologista Núbia Welerson recomenda práticas saudáveis, como realização de atividades físicas, alimentação saudável, além de acompanhamento psicológico, como forma de amenizar os efeitos da condição, caso ela venha a aparecer.

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