Opinião: Resoluções para um ano de incertezas


 


*Janete Knapik

Uma parada para as resoluções de final de ano é muito bem-vinda, traz um “ar” de renovação. É uma época em que nos permitimos reavaliar nossos objetivos e o rumo da nossa vida. Só o fato de pensar sobre o que queremos ou o que está faltando já é um ganho, mas é preciso colocar em prática, fazer acontecer.  Separar o realizável do desejável.

2020 frustrou muito as nossas metas estipuladas para o ano, foi um período que exigiu muita resiliência, dar a volta por cima e de nos reinventarmos. Como 2021 ainda estará sob o impacto da pandemia, é importante pensar em metas realistas e também definir metas voltadas ao autocuidado e à saúde mental, que foi muito afetada neste ano de 2020. Várias pesquisas identificaram aumento da ansiedade, do estresse e da depressão, outras mostraram que exageramos na comida, já que passamos muito mais tempo em casa. Sendo assim, metas que envolvam atividades físicas, uma alimentação equilibrada, uma disciplina que contemple o descanso, o lazer e boas risadas são sempre muito bem-vindas. 

Como 2021 ainda é um ano que temos que nos moldar com as exigências sanitárias da pandemia e com a limitações impostas pelas restrições econômicas, é importante considerar isso na hora de estabelecer as metas. Definir uma quantidade grande de metas pulveriza muito nossos esforços e dificulta um planejamento. Já estabelecer um número menor, mas com metas mais significativas (as mais importantes) ajuda na hora de colocar em prática e de ver os resultados acontecerem.  

Além disso, em ano de incertezas, devemos definir metas factíveis, mais práticas, com prazos menores, o que faz mais sentido, que tem mais impacto e relevância com nossos propósitos. O que é difícil, às vezes dá vontade de “chutar o balde” e de desistir. Minha dica é sempre descrever as metas de forma mais detalhada possível, estabelecendo qual o objetivo e quais as etapas necessárias para se atingir. O detalhamento ajuda a colocar em prática.

Cada meta deve ter um prazo e uma forma de acompanhamento e mensuração. Uma data nos coloca em movimento para atender esse prazo. O fato de vermos o progresso e que nosso planejamento está tendo bons resultados tem efeito psicológico reforçador, ou seja, é um estímulo para não perdemos o entusiasmo. Por exemplo, ver um gráfico com uma curva descendente em uma meta de emagrecimento nos mobiliza para querer ver a curva descer cada vez mais. Tem aplicativos que fazem esse monitoramento.

As metas devem ser flexíveis. Devemos acompanhar e fazer as mudanças e adaptações que se fizerem necessárias. Na vida nada é estático, mudanças e adaptação são frutos de aprendizados. E, por último, mas não menos importante: não esqueçamos de nos presentear em todas as pequenas conquistas. Rituais de comemoração nos trazem uma sensação de vitória. E que venha 2021!

 

*Janete Knapik é psicóloga, mestre em Administração, doutoranda em Psicologia na UFSC, onde faz parte do Laboratório de Fator Humano do programa de mestrado e doutorado, é professora do curso de Psicologia da Universidade Positivo. 

Postar um comentário

Postagem Anterior Próxima Postagem
BRB